
Fiquei impressionado quando vi o resumo da capa do
livro. Não esperava que a arte da capa tivesse um acabamento fosco tão
bom quanto essa. A ilustração, feita no Brasil, faz jus à obra de Scott
Westerfeld, um escritor que está ganhando pouco a pouco a atenção da
mídia e de milhões de pessoas com seus livros “aparentemente” para
adolescentes.
O primeiro livro (“Vampiros em Nova York os primeiros dias“)
segue uma narrativa em primeira pessoa, contada por Cal Thompson, um
universitário que descobre estar com um parasita. Ele não desenvolve a
doença que os outros infectados sofrem, virando apenas um portador.
Ganha todas as vantagens e habilidades que o parasita cede para ele e
quase nenhum dos pontos de negativos da doença que costuma transformar
as pessoas em canibais sedentos, em outras palavras, o parasita o
transforma em um vampiro. O primeiro livro fecha um arco, o segundo (“Vampiros em Nova York os ultimos dias“),
embora um pouquinho diferente do primeiro, introduz novos personagens e
adiciona mais elementos à história, sob o prisma de uma banda em meio
ao silêncio que precede o caos. Cal tenta buscar mais detalhes de quem o
infectou, sobre sua linhagem e se depara com diversas coisas
inesperadas.
Os vampiros do livro, chamados de Peeps,
são contextualizados em um cenário urbano atual. Westerfeld usa fatos
históricos, de biologia e medicina para suportar sua versão de vampiros,
mostrando uma visão mais decadente, embora também poderosa dos seres da
noite, com ambientes sombrios que lembram as vielas escuras de Watchmen
e Blade Runner, refletida nas descrições dos bandos de ratos que
acompanham os vampiros, os túneis sombrios e imundos. O mais
interessante é pensar que tudo isso é apenas ao cruzar um prédio
abandonado, uma viela escura ou um alçapão enferrujado bem no meio da
cidade. Ele intercala tudo isso com o dia-a-dia da investigação de Cal
para evitar que outros infectados espalhem a doença por toda a cidade.
A história é recheada de descrições, ora
sarcásticas, ora tristes, com divisões de capítulos com detalhes
nojentos, porém nada menos que a verdade, de algum parasita, para provar
que os humanos e os parasitas coexistem desde o início dos tempos e não
podem viver separados.
Dessa série realmente vale a pena
comprar as versões nacionais, extremamente inovadora em sua proposta,
portanto merece estar no top 10. Em breve farei uma resenha mais
detalhada dos dois.
By: Ana
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